Orquestra COSIJ do Maestro Carlos Eduardo Prates - 1976 a 1979

Maestro Carlos Eduardo Prates 

(Belo Horizonte, 9 de setembro de 1934 — B.H., 28 de outubro de 2013)

Orquestra COSIJ do Maestro Carlos Eduardo Prates - 1976 a 1979

Informações sobre o projeto realizado pelo maestro Carlos Eduardo Prates e sua parceira Haydée Ulhôa Cintra, denominado COSIJ - Centro Coral Sinfônico Infanto-Juvenil do Rio de Janeiro. 

Este projeto, um dos pioneiros no Brasil visando a formação de orquestras jovens, chegou a constituir uma orquestra de 60 músicos que, em sua maioria, se tornaram profissionais de várias orquestras da atualidade, além de outros que seguiram na regência, na composição e na musicologia. 

As atividades do COSIJ prosseguiram até 1979, quando o regente assumiu o trabalho orquestral em Minas Gerais. - https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Eduardo_Prates

Carlos Eduardo Prates
(Belo Horizonte, 9 de setembro de 1934 - 28 de outubro 2013)

Era um maestro brasileiro. Pertence à geração de músicos formados por Hans Joachim Koellreutter. Ainda jovem, estudou piano com Hiram Amarante, em Belo Horizonte; violoncelo com Walter Smetak (suíço), na Bahia e canto com Hylde Sinek (austríaca), no Rio de Janeiro.
Na Europa, teve o privilégio de estudar com mestres como Herbert von Karajan, Ahlendorf, Carl Ueter, Franco Ferrara, Jean Fournet, Igor Markevitch, Francis Trevis, Bruno Maderna (regência) e Ines Leuwen (canto).

Em sua estreia em Berlim, regeu a RIAS-Symphonie-Orchester, tendo no programa a 8ª Sinfonia de Beethoven, Le Tombeau de Couperin de Ravel e o Concerto para Violino de Mendelssohn, com o violinista Andreas Röhn, e acompanhou a cantora Jessye Norman, também estreante na época.

Exerceu o cargo de maestro titular no "Theater Des Westens" em Berlim e, em seguida, foi regente convidado do “Theater An Der Wien” em Viena, na Áustria.

No Brasil, foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, do Coral da Rádio MEC, membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro e colaborador do Projeto Minerva Cultural. Artista versátil e vivamente interessado em todas as manifestações artísticas, dominou os mais contrastantes estilos, desde a música sinfônica e lírica (óperas, operetas, musicais) aos balés clássicos e modernos, além de ser acompanhador de solistas instrumentais e vocais.
 
Em 1976, fundou, juntamente com sua esposa, o COSIJ (Centro Coral-Sinfonico Infanto-Juvenil do Rio de Janeiro), que chegou a manter uma orquestra de 60 jovens músicos e se tornaram profissionais de várias orquestras da atualidade. Sua técnica gestual e personalidade singular sempre lhe renderam elogios da crítica, tanto no Brasil quanto na Alemanha, França, Itália, Suíça, Portugal, Áustria e Tchecoslováquia, entre outros.
Prates foi durante o governo de Tancredo Neves, Regente Titular do Centro de Produção Lírica do Palácio das Artes de Belo Horizonte, onde realizou fantásticas montagens de óperas e operetas como Viúva Alegre, Carmen, Butterfly, sinfonias diversas e concertos didáticos em praça pública, principalmente para o público infanto-juvenil. Nessa ocasião, regeu a Sinfonia n.º9 (Beethoven), em primeira audição no Estado de Minas Gerais. Regeu também a Paixão Segundo São Mateus de Bach, versão integral, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, traduzida para a língua portuguesa por ele mesmo em conjunto com Haydée Rocha Cintra. Regeu em 2009 a Sinfonietta Aurora na Holanda, seu último concerto na Europa.

Carlos Eduardo Prates ganhou dois primeiros prêmios em  concursos internacionais de Regência: na América do Sul, em São Paulo, 1963 e na Europa, em Firenze, 1966.

O Maestro foi homenageado pelo regente coral Marcos Leite, com a palestra "Maestro Prates- Sua brasilidade e contemporaneidade" no XIII Encontro Anual da ABEM e por Fernando Sabino com um belo texto , "Um mineiro em Berlim", dentre outros.

Concerto realizado em Belo Horizonte, por volta de 1978



Lista de Presença da Orquestra, 1979



Lista de Presença da Orquestra, 1979


Lista de Apresentações da Orquestra, de 1979, incluindo os concertos desde sua fundação regulamentar, em 1976










programa de concerto em 1978 - (possivelmente em Três Rios, RJ)








Foto dos músicos, possivelmente no MAM-RJ, com Kleber Vogel, Luiz Hack, e outros


Gravação do Programa na Radio MEC em homenagem ao maestro Prates, com músicos da Orquestra da Grota e o violinista e regente Michael Rein, https://www.youtube.com/watch?v=-SQtSjEif-0
Transmitido ao vivo em 5 de abr. de 2024


Tania Prates (filha, cantora e discípula do maestro Prates) , Leo Fuks e Maria Tavares, no dia da gravação do programa da Rádio MEC

Tania Prates (filha, cantora e discípula do maestro Prates) e o regente, produtor e jornalista José Schiller, no dia da gravação do programa da Rádio MEC

José Schiller, Maria Tavares, Michael Rein, Tania Prates, Adriana Ribeiro e Leo Fuks, visitando o grande estúdio (ainda em finalização de obras) no dia da gravação do programa da Rádio MEC




Entrevista com o maestro Carlos Eduardo Prates para o Jornal do Colegio Princesa Isabel (O Berro), feita em 1979, pelos músicos Maria Tavares Cavalcanti, Leonardo Fuks e Vitor Izeckson




Flautista da COSIJ Maria Tavares Cavalcanti em 1978, aos 16 anos de idade. 

Flautistas solistas da COSIJ, Sérgio Dias e Maria Tavares Cavalcanti, em 1978, com a orquestra da COSIJ na Sala Cecília Meireles, sob a regência do maestro Carlos Eduardo Prates 



Fotos do maestro Carlos Eduardo Prates em eventos nacionais, internacionais e com a família


Regendo concerto de orquestra de câmara, tendo como solista a cantora lírica Tânia Prates-Rein, por volta do ano 2000



Em família, com a esposa Aydée e a ilha Tânia, anos 90


Regendo orquestra em concerto na Alemanha, Berlim, tendo como solista a grande soprano Jessye Norman (1945-2019), por volta de 1970


Reportagem em jornal da Espanha, por volta de 1965

Reportagem sobre a Barca da Cultura, encabeçada pelo maestro Prates, por volta de 1974
http://memoria.bn.br/DocReader/089842_08/39197
http://memoria.bn.br/DocReader/089842_08/39207
http://memoria.bn.br/DocReader/089842_08/39237




Foto em Reportagem no final dos anos 1960



Reportagem de Fernando Sabino sobre a carreira do maestro Prates, em 31 de dezembro de 1973, Jornal do Brasil 


Maestro Prates com colegas músicos na Alemanha, por volta de 1970



Concerto regido pelo maestro Prates na Holanda, por volta de 2011

Reportagem sobre o falecimento do maestro Prates, em 2013


Foto do maestro diante do mar, em Niterói


Reportagem da Revista O Cruzeiro de 1974, com o protesto do maestro por estar sendo desrespeitado profissionalmente, apesar de suas qualificações e projetos em andamento






UM TEXTO DE SUA FILHA 

“Se você procurar no Google o nome: maestro Carlos Eduardo Prates, verá imediatamente uma biografia pequena e incompleta, na Wikpédia, 66 artigos, algumas matérias de jornal e algumas fotos. Mas o que mais me impressionou nesta pesquisa foi a quantidade de pessoas que tiveram sua vida de alguma forma tocada e transformada por suas palavras e pela postura de Caiado, como ele era conhecido pela família e amigos. Prates foi um músico de alma, um ser desapegado, iluminado, com um amor e respeito pela música e pela natureza muito intenso. Era um homem honesto, simples, verdadeiro, quase pueril, sem maldade. Ele acreditava nas palavras alheias, sem perceber as segundas intenções nos pensamentos, palavras ou ações, um grande talento e exemplo para a classe artística. Tive muita sorte de ter sido sua filha, carregar no meu corpo o seu DNA, na minha alma o amor pela música, na minha mente o seu caráter, na minha voz a sua doçura.
Com os olhos cheios de lágrimas e muita saudade no coração desejo homenageá-lo quantas vezes for necessário, para que o Brasil não se esqueça de um grande exemplo ímpar na música brasileira. Caiado nasceu em uma família de músicos e artistas de coração, onde se recitava e cantava com frequência. Ele tocava piano virtuosamente, sem saber ler nenhuma nota musical, poderíamos dizer que veio ao mundo para fazer música. Entre todos os irmãos, foi o único que seguiu a carreira musical: A irmã Yeda Prates Bernis foi cantora no madrigal renascentista, atualmente com 96 anos e poetisa da Academia Mineira de Letras. Além de sua outra irmã Lúcia Amélia, seu irmão Carlyle, Marco Antônio e seu pai Carlos Philinto Prates, que escreveu os livros: ”Com amor e com Humor” e “Labiata”. Mesmo sendo cantores no madrigal renascentista ou escritores talentosos escolheram outra profissão. Caiado não poderia fazer outra coisa na vida, além de se dedicar de corpo e alma à música erudita e a propagação da mesma, em seus inúmeros programas educacionais, dando apoio a muitos músicos e a classe artística. Na casa dos 20 anos de idade se dedicou ao estudo musical e mesmo tendo iniciado tarde, fez milagres. Prates conquistou primeiros lugares em concursos de regência dentro e fora do Brasil, fez seu talento e nome ecoar por onde passou, respeitado como músico, espalhou seu conhecimento e o amor pela música através de seus alunos e parceiros musicais.
 
Desde que iniciou sua careira em  Belo Horizonte, onde nasceu, sempre esteve com os artistas mais importantes da sua geração. Prates foi aluno de Kollreuter, regeu a mezzo-soprano Jessye Norman na Alemanha, foi maestro titular do Theater das Westens em Berlim, fundou com sua esposa jornalista Haydee Rocha Cintra, minha mãe, uma das mulheres mais corajosas da sua geração, a COSIJ, orquestra de jovens no Rio de Janeiro, criou e esteve a frente de muitos programas educacionais da rádio MEC e não media esforços para apoiar músicos e divulgar a música erudita. Fez parte dos históricos Caravana e Barca da Cultura, iniciado pelo agitador cultural oficial e chefe de gabinete Pascoal Carlos Magno, no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Traduziu para o português obras como: A paixão de segundo São Matheus de Bach, a opereta A viúva Alegre de Franz Lehar, o Singspiel Bastien und Bastienne, entre muitos outros atos de bravura musical.

A crítica especializada o denominou “O Pelé da música”, “Bernstein sul-americano”, entre outros reconhecimentos. São muitos motivos que me trazem a conclusão, que a memória de Prates e seu trabalho pedagógico devem ser registrados, preservados e difundidos para quem deseja se inspirar e aprender com sua vida e obra. Ele mesmo, no seu último ano de vida, com 78 anos, escreveu em uma máquina de escrever muito antiga presenteada por mim, sua biografia e 22 contos, quando esteve alguns meses no seu pequeno paraíso, um sítio perto de Betim, região de Belo Horizonte.
Meu pai, um ser que por onde passou, deixou um rastro da luz de seu amor pela música.”

Texto de Tania Prates Rein (filha do Maestro)



Mais reportagens 
1972, Manchete, Mineiros que Saíram do Silêncio

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Belgas dizem que Prates é o Pelé de música
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1970
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1973
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1976
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